Conversa com a Secretária de Inclusão Social
Depois da atividade no Cefet, os diretores da UBES Thiago Mayworm e Marcos Santos convocaram os estudantes para uma reunião com a Secretária Estadual de Inclusão Social, Ana Lucia Menezes. A Caravana partiu lotada de estudantes secundaristas e foi rumo ao prédio da secretaria entregar o projeto de lei do passe livre ao poder executivo local.


Cerca de trinta estudantes, mais a equipe da caravana, lotaram o gabinete da secretária. Muito solícita, Ana Lúcia falou que a luta pelo passe livre é legítima e deve ser de todos – estudantes, pais e de toda a sociedade. Como é professora, ela ressaltou a importância de atividades extra-curriculares e culturais na formação pessoal, e falou que o passe deve ser livre e ilimitado.
No final, a Secretária recebeu o projeto e posou para a foto histórica com diretores da UBES e os estudantes do Cefet:

Depois de passar por Guarulhos, Salvador e Camaçari, a Caravana UBES chegou quarta à noite em Aracaju. Na cidade, o movimento estudantil vive um momento turbulento. Terça-feira, 22, estudantes saíram às ruas para protestar contra o transporte público local. O manifesto terminou em um violento confronto com a polícia, em que alguns estudantes saíram feridos. Dois dias depois, a Caravana chegou à cidade para levantar ainda mais as discussões acerca do passe livre.
O encontro com os estudantes foi no Cefet, onde os diretores da UBES ficaram todo o dia. As duas atividades – pela manhã e a tarde – mobilizaram mais de quinhentos estudantes, que chegaram a perder aulas para discutir o transporte público com a UBES. Em Sergipe, já existe a meia-passagem para os estudantes – mas o benefício só pode ser usado por estudantes em dias de aula, e no período em que estiver matriculado. “Tem gente que acredita que os empresários de ônibus fazem ação social com meio passe. Mas isso não é nenhum favor”, disse, em discurso, Thiago Mayworm, diretor da UBES.
A maior briga dos movimentos estudantis locais – como a União Sergipana dos Estudantes Secundaristas (USES) – é para garantir a meia-passagem todos os dias, em todos os horários. Aby Custódio, da USES, disse que a entidade vai lutar pelo passe livre – mas, agora, a prioridade é que pelo menos o direito a meia passagem integral seja aprovado. “A expectativa é que isso aconteça ainda neste semestre”, disse ele.
Aby: mesmo após confronto, estudantes sergipanos estão dispostos a ir para as ruas novamente
Aby estava no confronto da última terça. Além da extensão da meia-passagem, o protesto foi motivado pela demora na emissão da carteira que dá direito ao benefício. “Há estudantes que solicitaram a carteira no começo do ano e estão até hoje pagando meia”, garante o estudante. Ele conta que depois do confronto com a polícia, os manifestantes saíram do local sob a promessa de que, pela manhã do dia seguinte, o diretor do SMTT, Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito, reuniria-se com os alunos; e ele não apareceu.
Nesse contexto, a Caravana UBES fez um papel importante ao levar as discussões ao grande número de estudantes. Depois da atividade, os estudantes se mostraram interessados pela causa e tiveram várias perguntas respondidas por Thiago Mayworm. No final do ato, a UBES passou o bastão de coordenar a luta pelo passe livre à USES. A entidade local já planeja um novo ato contra o sistema de transporte público sergipano.
Nesta sexta, a Caravana parte para Maceió. Pela manhã, os diretores da UBES participarão de uma sessão pública sobre o Fundeb na Assembléia Legislativa.
***Valeu, Bahia!
A Caravana UBES pelo passe livre deixou a Bahia cheia de boas lembranças, e a certeza de que a passagem por ali não foi em vão. Para a gente, pelo menos, ela vai ficar bem guardada:




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Quarta-feira, 23 de Maio de 2007
Camaçari: papo com o executivo

Às dez da manhã, a Caravana pelo passe livre foi ao seu segundo destino baiano: Camaçari. A cidade promoveu pequenos avanços na luta pelo passe livre - estudantes já conseguiram prorrogaram um aumento de passagens e propuseram à prefeitura a existência de um Conselho Municipal do Transportes, que contaria com a participação de representantes do movimento estudantil.
Por isso, a passagem da Caravana da UBES foi bem importante para trazer à tona novamente as discussões sobre o transporte público local. Estiveram no CETEB Thiago Mayworm e Marcos Santos, diretores da UBES, Flávio Carvalho e Robson Vicente,da UMESC (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Camaçari). Depois de discutirem a importância e os porquês do passe-livre com os estudantes, a Caravana saiu rumo ao poder executivo da cidade.

Caravana UBES é recebida pelo Deputado Yulo Oiticica
Depois de promover atos pelo passe livre no Cefet, a Caravana UBES foi à Assembléia Legislativa da Bahia. A equipe foi apresentar o projeto de lei do passe livre, criado pela entidade, ao Deputado Yulo Oiticica (PT-BA). Yulo, bastante receptivo, parabenizou a UBES pela luta e reiterou que o passe livre é amparado pela constituição federal. Falou também que está em tramitação um projeto de lei para garantir o transporte universitário para pessoas de outras cidades que moram em Salvador.
Assista aos vídeos com trechos do encontro.
Depois de um final de semana de viagem e uma segunda-feira para conhecer a cidade, a Caravana UBES finalmente mostrou a que veio em Salvador. A cidade tem tradição nos movimentos sociais: em 2003, ela foi palco da antológica Revolta do Buzu, em que estudantes pararam a cidade contra o aumento indiscriminado das passagens de ônibus. Quatro anos depois, dia 22 de maio, a Caravana da UBES volta a Salvador para lembrar aos estudantes que barrar o aumento não basta: é preciso lutar pelo passe livre.

O ônibus da UBES estacionou em frente ao Cefet às 10h da manhã, e a equipe saiu pelos corredores e salas de aula mandando o recado aos alunos. Os diretores da UBES Thiago Mayworm e Marcos Santos andaram pelo colégio e entraram nas salas de aula para falar sobre a luta da UBES. Bem interessados, os estudantes acompanharam as discussões e a apresentação do TeatrAtividade. Mesmo os professores, que em alguns casos tiveram a aula interrompida, não se importaram com o pequeno atraso e falaram aos alunos sobre a importância do movimento estudantil e da luta por seus direitos.
Em Salvador, as passagens de ônibus custam entre R$ 1,80 e R$ 2,20. Os estudantes – apenas de colégio e universidades, não de pré-vestibulares - têm direito a meia-passagem. Para os ônibus de R$ 2, existe o “Salvador Card”, um cartão pré-pago que permite até quatro viagens pelo preço de uma. “É melhor que nada”, disse Edvaldo Assis Júnior, aluno do primeiro ano no Cefet. Seu colega, Alexandre Lima, rebate: “quatro passagens é pouco. Só dá para ir e voltar da escola”.

Por isso, a UBES defende o acesso total ao passe livre – não só para ir à escola, mas também para que os estudantes possam ir ao cinema, teatro e shows com transporte gratuito. “A UBES entende que a formação escolar não é apenas assistir aula. É também acessar a cultura”, disse Marcos.

Thiago Mayworm, como bom carioca, lembrou que no Rio de Janeiro os estudantes conseguiram conquistar o pass livre – e que, por isso, a luta não é impossível. Depois da apresentação do grupo TeatrAtividade – que foi muito bem recebida, com gargalhadas e muitas palmas – Thiago convocou os estudantes à luta. E o público aderiu à causa: “Eu estou disposto a ir para as ruas”, disse Júnior (foto), enquanto se despedia da Caravana.

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Quarenta e oito horas de estrada... e finalmente, Salvador

Depois de Guarulhos, o destino: Salvador. Seguimos pela rodovia Fernão Dias por 700km com uma certa tranquilidade até Timóteo (MG) - quando o ônibus quebrou. Altamir, o motorista, fez que fez e conseguiu levar o carro até Coronel Fabriciano, uma cidade próxima, para consertar. Onze da manhã. Quando o mecânico chegou, o que era um problema virou um perregue enorme - ficamos vinte horas parados, no mesmo lugar, na cidade mineira. As meninas animadíssimas do Teatratividade dançaram, a equipe jogou truco, conversa fora, dormiu, acordou e o ônibus continuava no mesmo lugar. O problema foi resolvido às cinco da manhã e dali viemos direto para a Bahia.


As paisagens do norte mineiro compensaram o perrengue. Marias-fumaças, pedras gigantescas, um horizonte bem distante para descansar o olhar. Quase na fronteira com a Bahia, fica o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do país - e a miséria contrasta com a exuberância do rio que dá nome à região.
Onze horas da noite, chegamos a Salvador. Hoje, segunda, amanheceu um dia maravilhoso e pudemos tirar a uruca de quarenta e oito horas de estrada. Amanhã, os alunos do CEFET receberão a caravana dentro da escola. Thiago Mayworm, coordenador da jornada, com o grupo TeatrAtividade, além da ABES (Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas), discutirão educação e o direito ao passe livre com os alunos do colégio.
As fotos da viagem são de Karina Cotachu, do TeatroAtividade.
Sábado, 19 de Maio de 2007
Primeira parada: Guarulhos

O dia começou cedo: eram 6h30 da manhã e a equipe se encontrou em frente a sede da UNE/UBES, em São Paulo, rumo a primeira parada da caravana: Colégio Estadual Homero Rubens de Sá, em Guarulhos, grande São Paulo. Centenas de alunos - a organização do evento estima 600 pessoas – se dividiram em dois turnos para acompanhar o evento capitaneado pela União Brasileira dos Estudantes.
“A luta pelo passe livre é ideal”, disse Débora Salete dos Santos, vice-presidente do grêmio da escola. “O ônibus é caro, e a maioria dos estudantes dessa escola mora longe daqui”, completou. “O preço das passagens é um dos maiores problemas para garantir o acesso à educação”, afirmou, em discurso, o presidente da UBES, Thiago Franco.

Nos debates promovidos pela UBES, participaram todas as entidades que representam os alunos de Guarulhos. O mediador foi Thiago Mayworm, diretor de esportes da UBES, que é também o coordenador da caravana. Fábio, (foto à direita) da UGES (União Guarulhense dos Estudantes Secundaristas), levantou o público ao som do já conhecido bordão do passe livre: “boi, boi, boi, boi da cara preta...”. Wilson, da UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), lembrou que o preço que os alunos pagam nas passagens sustenta o grande lucro dos empresários de ônibus. Duas outras instituições importantes deram seu apoio à luta: a UEE-SP e o MST.

O evento terminou em grande estilo: o grupo Família GNA, formado por alunos da própria escola, transformou o ginásio em um grande show de rap. Chad, um dos mcs, explicou que GNA significa “gênesis, naum e apocalispe, as três partes da Bíblia” ou, simplesmente, “Gangsta na área”.

Tudo muito bacana, a Caravana começa com o pé direito. Foi nessa primeira escola, o Homero, que surgiram as articulações para a luta que aprovou a meia-entrada para estudantes, em Guarulhos em 1992 – e, pela organização de ontem, tudo leva a crer que os alunos de lá estão prontos para o confronto.
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